A reportagem especial produzida para a edição 559 da Revista Cidade Nova aborda a histórica luta dos povos indígenas brasileiros pelo reconhecimento de sua identidade cultural e pela demarcação de suas terras.
Dando voz a diferentes entidades que atuam no apoio e defesa desses povos, procurou-se discutir a situação em que se encontram algumas etnias, como os Guarani-kaiowá, do Mato Grosso do Sul, por exemplo, que não têm terras para a própria sobrevivência. Além disso, as disputas territoriais e os megaempreendimentos não poderiam ficar de fora do debate. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, mais de 430 investimentos impactam terras indígenas. Entre eles, Belo Monte e a transposição do Rio São Francisco.
Entre os entraves jurídicos que dificultam a convivência pacífica com povos tradicionais, destaque para a Portaria 303, da Advocacia-Geral da União, estipulando que a “exploração de alternativas energéticas de cunho estratégico” será implementada “independentemente de consulta às comunidades indígenas envolvidas ou à Funai”.
Sem poderem se manifestar em ambientes oficiais, os índios têm tentado chamar a atenção com manifestações em locais estratégicos, como rodovias e no canteiro de obras. Mas ainda falta muito para que um diálogo seja estabelecido.
Ao perder seu território, os povos indígenas também perdem sua identidade e a sociedade, a sua pluralidade. E, como afirmou José Augusto Sampaio, antropólogo e membro do conselho diretor da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí):
Uma sociedade plural, justa, fraterna, que possa conviver com sua diversidade, com suas diferenças, é um ganho para todos e não só para os índios. (…) Esse é o modo com que o Brasil pode contribuir para os direitos indígenas: tendo consciência de que os direitos deles são também os nossos
A reportagem “Terra indígena: pela preservação da identidade” foi replicada em diversos sites relacionados à causa, como no site do Instituto Socioambiental (ISA), e como referência bibliográfica no volume I do Caderno PDE do Paraná.