Ontem (10/11) a Nasa divulgou uma notícia em seu site sobre novos mapas da agência que mostram que mais geleiras do leste da Antártida estão acordando. Segundo a agência espacial, os cientistas consideravam o local estável quando comparado ao oeste do continente.
Nos últimos anos, pesquisadores alertaram que a Geleira Totten, a maior do leste da Antártida, que possui gelo suficiente para fazer o nível do mar subir mais de 3 metros, parece estar diminuindo devido ao aquecimento das águas. Agora, pesquisadores descobriram que um grupo de quatro geleiras a oeste de Totten, além de várias pequenas geleiras mais a leste, também está perdendo gelo.
Apesar desta perda de gelo ser menor do que aquela das geleiras do oeste do continente, elas indicam uma mudança crescente no local. Um dos cientistas da Nasa comenta, na reportagem, que essa mudança não parece ser aleatória, mas sistemática, o que sugere influências subjacentes dos oceanos na Antártida.
Outra cientista alerta que esses dois grupos de geleiras drenam as duas maiores bacias subglaciais da Antártida Oriental, que estão abaixo do nível do mar. Ela alerta que, se a água quente pode chegar a locais tão remotos como estes, ela pode progressivamente atingir mais e mais gelo. Isso provavelmente aceleraria o derretimento das geleiras, mas não se sabe o quão rápido isso aconteceria. “Se você começar a ver o derretimento ali ganhando velocidade, isso sugere que as coisas estão se desestabilizando”, diz a reportagem.
Ainda há muitas incertezas sobre como o aquecimento dos oceanos pode afetar essas geleiras. A Antártida Oriental, por exemplo, é uma área pouco explorada e há várias incógnitas sobre o comportamento do que está abaixo dessas plataformas de gelo.
Um novo projeto da Nasa pretende monitorar o movimento do gelo no mundo. Com previsão de ser lançado no começo de 2019, o projeto, chamado de Inter-mission Time Series of Land Ice Velocity and Elevation (ITS_LIVE), pretende criar, com base em observações de satélite, um registro das mudanças nas superfícies das geleiras nos últimos 30 anos. Só a partir de observações desse tipo, conclui a reportagem, será possível determinar o comportamento das geleiras em caso de aquecimento dos oceanos.
Uma pequena nota foi veiculada no Bom Dia Brasil de hoje (11/11). Para assistir, clique aqui.
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