Você se lembra de quantos livros leu na escola? E quais desses você realmente gostou? A leitura durante o período escolar pode parecer um suplício para muitas pessoas e, dependendo da abordagem, afasta ao invés de despertar o gosto literário. Há, inclusive, estudiosos, como Magda Soares, que apontam que o motivo da aversão de muitos alunos aos livros é a inadequada escolarização da literatura.
Apesar de ser inevitável, como ela mesma ressalta, apropriar a literatura para fins de ensino requer um trabalho minucioso, bem estruturado. Do contrário, cairemos nos ensinamentos morais que destroem a imaginação infantil, por exemplo.
Por que estou falando de tudo isso? Porque podemos cair neste mesmo problema quando encaramos a literatura como ferramenta de conscientização ambiental. A literatura pode ajudar o meio ambiente? Sim. Porém, este não é o seu papel. O que ela pode fazer é descortinar uma realidade que os leitores sequer tinham imaginado, que é o que muitos autores de ficção científica fazem.
Em uma palestra, há mais de um ano, Ignácio de Loyola Brandão disse uma frase que me marcou: “Fantasia é sobre contar as coisas como elas são sem demonstrar que essa é a verdade”. E isso ajuda as pessoas a olharem para o mundo como ele é. “As pessoas precisam enxergar a realidade, aquilo que está apresentado ali, diante delas”, disse.
Portanto, a literatura é um meio de mostrarmos a decadência do Planeta em que vivemos. Porque ou mudamos de atitude ou nós seremos extintos. O Planeta continuará a existir. Já os seres humanos, não. E a Terra, como organismo vivo que é, está dando seu jeito de combater o que lhe faz mal da mesma forma que nosso organismo combate um vírus (para ficar no tema do momento!).
E você, já leu ou conhece algum livro de ficção que tem como pano de fundo o meio ambiente ou alguma questão ambiental? Aqui no blog trago sempre algumas dicas de livros com essa pegada! Que tal conferir a seção Opiniões literárias?